Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 019ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 21/03/2012
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sra. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, aproveito a tarde de hoje para trazer uma temática já abordada em outros momentos neste Parlamento e dizer que ao mesmo tempo muitas atividades foram desenvolvidas a partir da sua institucionalização, que foi o Fórum Permanente do Aquífero Guarani, que por vezes tem sofrido algumas alterações. O fórum se propõe a debater, a discutir a bacia do rio Uruguai, o Aquífero Guarani. E agora surge com uma nova nomenclatura, sendo chamado de Fórum do Aquífero Guarani e das Águas Superficiais.
Amanhã, no contexto mundial, traremos o Dia Mundial da Água, e parece-me extremamente oportuno o debate, a discussão sobre a temática que envolve a questão da água, diante de toda sua dimensão, sua relação com a questão ambiental, o que não poderia deixar de mencionar.
Portanto, no Dia Mundial da Água, 22 de março, estaremos mais uma vez, através da Assembleia Legislativa do nosso estado, dando início, ou continuidade, retomando, o debate sobre o Aquífero Guarani.
Eu me lembro que em 2004 esta Casa criou pela primeira vez o Fórum Parlamentar. Na oportunidade tive o privilégio de fazer parte do fórum, e depois, a partir de 2005, estive na coordenação do mesmo, presidindo-o por alguns anos, quando conjuntamente com vários parlamentares e segmentos da sociedade estivemos levando o debate, a discussão para todo o interior do nosso estado de Santa Catarina. Tivemos o privilégio de fazer este debate ao longo de toda bacia do rio Uruguai. Foram mais de 20 seminários que realizamos através do fórum, onde diretamente participaram mais de 20 mil pessoas nesses diferentes seminários. Foram criados momentos intensivos de discussão, de debate, e saíram várias proposições, claro, juntamente com os nossos cidadãos e cidadãs, criando sempre uma consciência nova, diferente, em torno das questões ambientais, do cuidado com a questão da água e com o meio ambiente, quer dizer, o cuidado e a relação que temos que ter com o próprio Aquífero Guarani, pois essa grande e importante reserva subterrânea de água, em torno de 47% da água do Aquífero Guarani, está em solo catarinense.
Portanto, o nosso estado é que detém a maior quantidade dessa reserva. E para tanto, em termos de responsabilidade podemos dizer que temos a mesma dos estados que compõem o Aquífero Guarani, bem como de Santa Catarina, ou dos três países da América Latina que também fazem parte, que compreendem e compõem a extensão do Aquífero Guarani.
Nós vamos retomar esse tema. Amanhã, às 10h, aqui na sala de imprensa estaremos mais uma vez retomando esse trabalho. E junto com esse retomar, queremos proporcionar, mais uma vez, grandes discussões junto à sociedade catarinense, passando pelas nossas escolas, instituições educacionais, organizações, movimentos com as lideranças, agentes políticos de todos os diferentes municípios, sejam eles parte do Executivo, do Legislativo, enfim, um debate que interessa a toda sociedade.
Investimos grandes recursos para podermos ter à disposição um líquido fundamental que é a gasolina, o petróleo. E deveríamos cuidar muito mais desse precioso líquido, a água, porque sem ele acaba a própria vida sobre a terra e o meio ambiente. Todos nós precisamos dele; por isso, existe um desafio nosso mais acentuado.
Então, para tanto, convido o Parlamento catarinense para que possamos, além de estarmos envolvidos nesse processo, participarmos ativamente em nossas regiões para contribuir e ajudar nesse importante debate que estaremos construindo a partir da institucionalização do Fórum Permanente do Aquífero Guarani e das Águas Superficiais.
Também, quando se trata das águas superficiais, penso que para a grande região do oeste do nosso estado de Santa Catarina vem sempre uma preocupação maior, porque os estudos indicam que em médio prazo poderemos ter consequências drásticas com relação ao desaparecimento da água superficial.
Percebemos ao longo desses últimos anos como a água diminuiu. Muitas fontes e nascentes foram secando e em poucas vezes de estiagem percebemos o agravamento com maior intensidade. Isso nos remete a uma discussão e junto com ela algumas ações concretas e práticas para que possamos, de uma forma ou de outra, se não estancar, amenizar essa situação que é vivida na nossa região do oeste.
Isso nos leva a entender também que a acentuada perfuração de poços rasos é que está comprometendo a própria água superficial. Temos que de repente inverter um pouquinho a lógica, ou seja, primeiramente, cuidar daquilo que está visto aos olhos, a água superficial. Se lhe dermos um trato, se tivermos cuidado com ela, com certeza estaremos buscando certo equilíbrio e quem sabe até possamos mantê-la.
Agora, não basta somente manter a água, é preciso ter cuidado para que seja saudável para todos que dela dependem.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)